terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Alemães fazem máquina de Fusão Nuclear funcionar e vão mudar o mundo nos próximos anos

Por três décadas, a humanidade esteve pesquisando a fusão nuclear na esperança que isso se transformasse em uma fonte inesgotável de energia
 




Uma das maiores descobertas cientificas deste ano foi conseguir colocar, pela primeira vez, uma máquina de fusão nuclear funcional. Isso aconteceu na Alemanha, onde a máquina Wendelstein 7-X funcionou no inicio de Dezembro/2016.

A máquina funciona como o sol, fundindo os átomos para gerar energia. É exatamente o oposto das usinas de energia nuclear de hoje, que funcionam através da fissão nuclear. Por três décadas, a humanidade pesquisou a fusão nuclear na esperança que isso se transformasse em uma fonte inesgotável de energia. Agora estamos muito próximos de conseguir.

Ao dominar a tecnologia da fusão nuclear, estaremos perto de uma fonte de energia inesgotável, e isso deve mudar o planeta para sempre: poderemos dessalinizar água salgada, por exemplo, e transformar desertos em grandes fazendas – eliminando a fome, podemos fazer o custo do transporte ser baixíssimo.
 
 

O Wendelstain 7-X é uma máquina circular de 16 metros, que tenta imitar as condições das estrelas para fundir átomos e produzir energia, produzindo um campo magnético para segurar o plasma gerado no processo. Isso foi conseguido, com um campo magnético 3D que conseguiu fazer o processo sem destruir a máquina.

Inicialmente, a máquina deve gerar energia apenas para si. Depois, poderemos começar a usar essa tecnologia para gerar uma enorme quantidade de energia de maneira muito barata e muito limpa, já que o produto da reação é água.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Iceberg gigante ameaça se desprender da Antártida e gera preocupação

Um gigantesco iceberg - que seria um dos dez maiores do mundo - pode se desprender a qualquer momento da Antártida, dizem cientistas. Uma imensa rachadura na plataforma de gelo Larsen C, cresceu de tal forma em dezembro que agora apenas 20 km de gelo impedem o imenso bloco de 5 mil km² (o equivalente a 500 mil campos de futebol ou à área do Distrito Federal) de se soltar.




Imagem de satelite mostra plataforma de gelo Larsen C, na Antartida 

A Larsen C é a maior plataforma de gelo no norte da Antártida. As plataformas de gelo são as porções da Antártida onde a camada de gelo está sobre o oceano e não sobre a terra.

Cientistas do País de Gales afirmam que o desprendimento do iceberg pode deixar toda a plataforma Larsen C vulnerável a uma ruptura futura. A plataforma tem espessura de 350 m e está localizada na ponta do oeste da Antártida, impedindo a dissipação do gelo.

Os pesquisadores vêm acompanhando a rachadura na Larsen C por muitos anos. Recentemente, porém, eles passaram a observá-la mais atentamente por causa de colapsos das plataformas de gelo Larsen A, em 1995, e Larsen B, em 2002.

No ano passado, cientistas britânicos afirmaram que a rachadura na Larsen C estava aumentando rapidamente e em dezembro, o ritmo avançou a patamares nunca antes vistos, avançando 18 km em duas semanas.


© NASA Rachadura na plataforma de gelo Larsen C

Dessa forma, segundo os pesquisadores, o que se tornará um gigantesco iceberg está por um triz de se soltar - apenas 20 km o prendem à plataforma. "Se o iceberg não se desprender nos próximos meses, ficarei espantado", diz à BBC Adrian Luckman, da Universidade de Swansea, no País de Gales, responsável pela pesquisa.

"As imagens não são completamente visíveis, mas conseguimos usar um sistema para verificar a extensão do problema. O iceberg está a tal ponto de se soltar que considero que isso seja inevitável", acrescenta ele.

Luckman afirma que a área que deve se romper possui 5 mil km², o que resultaria num dos dez maiores icebergs já registrados no mundo.
Aquecimento global

Os cientistas dizem, no entanto, que o fenômeno é geográfico e não climático. A rachadura existe por décadas, mas cresceu durante um período específico.  Eles acreditam que o aquecimento global tenha antecipado a provável ruptura do iceberg, mas não têm evidências suficientes para embasar essa teoria.

No entanto, permanecem preocupados sobre o impacto do desprendimento desse iceberg do restante da plataforma de gelo, já que a ruptura da Larsen B em 2002 aconteceu de forma muito semelhante.© SPL Larsen B

"Estamos convencidos, ao contrário de outros, de que o restante da plataforma de gelo ficará menos estável do que a atual", diz Luckman. "Esperamos que nos próximos meses e anos aconteçam novas rupturas, e talvez um eventual colapso, mas isso é uma coisa muito difícil de prever".
 

"Nossos modelos indicam que a plataforma ficará menos estável, mas não que desmoronará imediatamente ou qualquer coisa do tipo", acrescenta.  Como vai flutuar no mar, o iceberg não vai aumentar o nível dos mares.

Mas novas rupturas na plataforma podem acabar dando origem a geleiras que se desprenderiam em direção ao oceano. Uma vez que esse gelo não seria flutuante, o nível dos mares seria afetado.

Segundo estimativas, se todo o gelo da Larsen C derreter, o nível dos mares aumentaria cerca de 10 cm.


© NASA Rachadura na plataforma de gelo Larsen C

Há poucas certezas absolutas, contudo, sobre uma mudança iminente no contorno da Antártida. "As prováveis consequências podem ser o colapso da plataforma nos próximos anos ou décadas", prevê Luckman.

"Ainda que o impacto imediato não atinja os mares, trata-se de um grande evento geográfico que mudará a paisagem do continente gelado", acrescenta.