domingo, 24 de março de 2013

Continuam os estragos na usina nuclear de Fukushima



Na tristemente famosa usina nuclear japonesa de Fukushima-1 continuam a ocorrer acidentes. Em resultado da quebra de fornecimento de energia elétrica, deixaram de funcionar os sistemas de refrigeração das piscinas com o combustível nuclear usado dos blocos geradores números um, três e quatro. Neste momento, a operadora da usina, a empresa Tepco, conseguiu arrancar com o sistema de refrigeração dos blocos geradores número um e número quatro. Já no terceiro reator os danos ainda não foram reparados.

A situação do reator número quatro era a que suscitava as maiores preocupações dos especialistas. Em março de 2011, a tampa dele ficou danificada devido a uma explosão do hidrogênio. Além disso, este contém bastante mais combustível nuclear do que o número um e o número três. Se não se tivesse conseguido o arranque do sistema de refrigeração, a temperatura da água poderia, dentro de 4 dias, atingir o valor crítico de 65 graus Celsius, o que levaria a consequências graves, refere Nikolai Kukharkin, conselheiro do diretor do Centro de Investigação Científica Instituto Kurchatov:

“Isso significa que, se perdendo a água, os elementos combustíveis que se encontram na piscina começam a aquecer. Na total ausência de refrigeração, eles irão sobreaquecer e podem abrir fissuras. Nesse caso, os produtos da fissão poderão sair dos limites dos elementos combustíveis. Mas, nesta fase, o serviço de manutenção deverá tomar medidas e inundar o depósito com água.”

No entanto, não deverá acontecer nada de terrível, dizem os especialistas. Os sistemas de refrigeração de reserva deverão evitar um aumento considerável da temperatura. Alexander Vinogradov, responsável pelo laboratório de física de neutrons do Instituto Unido de Estudos Nucleares, falou sobre o assunto numa entrevista à Voz da Rússia:

“Teoricamente, é mau que se ultrapasse o nível de temperatura estabelecido por os invólucros do combustível poderem perder a sua hermeticidade com as altas temperaturas. Mas para isso a temperatura terá de ser muito elevada, ao nível das temperaturas que podem danificar o aço inoxidável e as ligas de volfrâmio. Isso são temperaturas acima dos mil graus.”

O acidente com a usina nuclear de Fukushima-1 demonstrou mais uma vez até que ponto os sistemas de refrigeração dependentes da energia elétrica podem ser vulneráveis. Na energia nuclear existem métodos comprovados de minimização de todos os riscos emergentes, afirma Alexander Vinogradov:

“Os sistemas de segurança, nomeadamente os sistemas de refrigeração dos depósitos e das zonas ativas têm sistemas redundantes compostos por bombas e por reservatórios suplementares com líquido de refrigeração. Esta usina tem tudo isso.”

No final do corrente ano, na usina nuclear de Fukushima-1 terá início a remoção das barras de combustível gasto que se encontram em piscinas especiais. Já a remoção do combustível fundido do interior dos três reatores danificados não deverá acontecer antes do ano de 2022.

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