quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Fukushima: Será o fim agendado para a humanidade?



Quase três anos após o incidente original e os técnicos não conseguiram chegar até os reatores derretidos 1, 2 e 3. Segundo o IRSN* a água nos reatores evaporou, o combustível ficou descoberto, esquentando a mais de 2.300 graus célsius.
 
As barras de combustível derreteram e se misturaram com materiais da estrutura formando um magma chamado córium. O córium escorreu para o fundo da câmara do reator erodindo o concreto de contenção, em uma velocidade de 5 até 30 centímetros por hora. A localização atual de parte dos núcleos é desconhecida.



A cada dia, 300 a 800 toneladas de água altamente radioativa vazam para o Oceano Pacífico. Barris de metal construídos no litoral para armazenar centenas de milhares de toneladas de água estão enferrujando rapidamente. Construídos junto ao mar os Reatores de Fukushima despejaram no Pacífico mais de 100 000 vezes a quantidade de césio 137 de Chernobyl e testes com armas nucleares juntos.

Segundo as projeções da CTBTO*, um mês depois do incidente original, traços de radiação poderiam ser encontrados no Hemisfério Sul. Desde 2011 Samuel Dal Pizzol vem registrando no youtube em centenas de vídeos com índices altos de radiação no estado do Rio Grande do Sul. A radiação na chuva pode ser explicada pela presença incomum de correntes de ventos de grande altitude vindas para a América do Sul, do leste da Ásia.

As milhares de barras de combustível nuclear dentro dos reatores de Fukushima equivaliam em potência de 14 a 20 mil vezes a radiação da bomba de Hiroshima.

Não existem níveis seguros de radiação. Toda exposição tem consequências para a saúde de animais e plantas podendo causar inúmeras formas de câncer e mais de 1200 outras doenças.


Níveis de radiação observados na água de Fukushima alcançaram 36 mil vezes os níveis normais. A partir de medições nos restos de seres vivos acumulados fundo do oceano, especialistas estimam que 98% da vida marinha no Pacífico norte esteja morta. Em uma viagem de quatro mil milhas entre o Japão e os EUA o navegador Ivan Macfadyen encontrou apenas dois peixes, uma ave e uma baleia com um tumor gigantesco. Especialistas afirmam se tratar de uma cadeia de extinção em massa. Estima-se que em até seis anos a vida no Pacífico estará extinta.

Gráficos demonstram a expansão do césio 137 pelo Oceano Pacífico. Nenhum deles leva em conta a grande circulação de água nos navios transoceânicos. É grande a probabilidade de que todos os oceanos estejam contaminados pela radiação nos próximos anos.

Helen Caldicott - médica australiana, professora em Harvard, especialista dos efeitos da radiação no corpo humano - afirma com base em pesquisas que 453 gramas (1 libra) de plutônio distribuídas igualmente na atmosfera terrestre são suficientes para causar câncer em todos os seres vivos do planeta.

Existem mais de 430 reatores nucleares em atividade no mundo. Com base em relatórios elaborados pelos físicos Francisco Corrêa, ex-professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (IEE/USP), e por Célio Bermann, atual professor do IEE/USP, o Greenpeace afirma que falhas no projeto o reator de Angra III fazem dessa usina grande candidata a ser a 'próxima Fukushima'.


A costa oeste do continente norte americano está sendo mais e mais contaminada pela maré de água radioativa vinda de Fukushima. Medidores de radiação do estado estão sendo intencionalmente desligados para que os cidadãos de Seattle não fiquem alarmados.

A despeito das notícias nas mídias comerciais, especialistas afirmam não existir forma de descontaminação garantida para esta proporção de contaminação. A radiação permanecerá na água dos oceanos por 600 a 25.000 anos. Alguns elementos permanecerão radioativos por milhões de anos.

Partículas quentes com mais de 40 gigabequerels por quilograma foram encontradas a 400 quilômetros de Fukushima. Da mesma forma que em bombas atômicas, chuva negra radioativa espalha epidemias de câncer e problemas na tireoide pelo Japão e Costa Oeste da América do Norte.

A radiação não pode ser detectada pelos aparelhos sensoriais humanos. Não tem cheiro, nem sabor ou cor. Tende a se acumular em quantidades cada vez maiores nos seres vivos do topo da cadeia alimentar.
 
Caso as barras se encostem ou tenham contato com o ar, uma reação em cadeia pode fazer com que todo o arquipélago japonês deixe de existir. Caso isso aconteça todo o hemisfério norte será massivamente contaminado.
 

Foto: EPA
Na água subterrânea da usina nuclear japonesa Fukushima 1, foi detectado o mais alto dos níveis de partículas de césio radioativo já registrados, disse a Tepco.
 

Desde 15 de março de 2011, toneladas de elementos e isótopos radioativos tem sido liberadas na atmosfera. Através de medições em filtros de automóveis foi possível constatar que a contaminação de Fukushima somente pelo ar é estimada como sendo da ordem de 80 à 300 vezes maior que a do incidente de Chernobyl.

Os três reatores derretidos de Fukushima Daiichi juntos continham 257 toneladas de combustível nuclear em forma de barras, 3,7% desta quantidade de urânio 235. Cada reator contava também com 330 kg de plutônio 239 enriquecido, equivalendo a 990 quilos, quase 1 tonelada desse material.

Altos índices de radiação na água subterrânea de Fukushima podem ser indicativos de que o corium - dezenas de toneladas de magma altamente radioativo dos núcleos derretidos - atravessou o concreto de contenção descendo pelo solo e agora esteja mergulhado se dissolvendo e constantemente contaminando a água do oceano.

A maior catástrofe socioambiental da história, Fukushima e suas consequências estão sendo deixadas de lado pelas mídias corporativas e estados nacionais, e mesmo os movimentos sociais em muitos contextos seguem alheios a ela, e desmobilizados.

Através da aprovação de Leis de Segredo de Estado em novembro de 2013, o Governo Japonês censura a divulgação de novas informações e promete punir severamente os divulgadores. Para muitos japoneses isto é um golpe de estado. Protestos tem ocorrido em muitas cidades alarmadas pela censura.

Após o desastre, vegetais com mutações passaram a ser colhidos em fazendas no Japão. As mutações são semelhantes as observadas depois das bombas H. Existem dezenas de vídeos com animais de criação morrendo por conta da radiação. Na mídia comercial estas informações não tem sido apresentadas. Diante da circulação de informações na internet, reportagens e artigos desinformativos classificam as fotos tiradas pelos próprios agricultores como falsas.

As consequências de Fukushima podem ser avaliadas através de paralelos com Chernobyl. "Chernobyl: Consequences of the Catastrophe for People and the Environment" é resultado de extensa pesquisa de médicos e biólogos russos para avaliar o real impacto deste acidente. Este conjunto de artigos demonstra que dados divulgados pelos governos, pela indústria nuclear e pela IAEA - (Agência Internacional de Energia Atômica) de que Chernobyl teria causado milhares de morte, não poderia estar mais longe da verdade. Chernobyl tirou a vida de um milhão de pessoas e o número de mortes segue crescendo.

Quase três anos após o incidente original e os técnicos não conseguiram chegar até os reatores derretidos 1, 2 e 3. Segundo o IRSN* a água nos reatores evaporou, o combustível ficou descoberto, esquentando a mais de 2.300 graus célsius. As barras de combustível derreteram e se misturaram com materiais da estrutura formando um magma chamado córium. O córium escorreu para o fundo da câmara do reator erodindo o concreto de contenção, em uma velocidade de 5 até 30 centímetros por hora. A localização atual de parte dos núcleos é desconhecida.

Em 11 de março de 2011 um terremoto de 8.9 de magnitude, com epicentro a 130 km da costa do Japão, resultou em um tsunami com ondas de até 14 metros. Ambos causaram grande destruição em localidades da costa leste japonesa. Arruinaram geradores e sistemas de resfriamento de 4 dos 6 reatores do complexo de usinas nucleares de Fukushima Daiichi. 3 destes reatores superaqueceram e derreteram.

Nos dias que se seguiram ao terremoto, mais de 300 mil pessoas foram evacuadas de suas casas, abrigadas em escolas e ginásios. Pelos buracos nos reatores, equipes de contenção lançaram grandes quantidades de água e ácido bórico com a intenção de evitar o derretimento.

Medida de radioatividade

Um Bq é definido como a atividade de determinada quantidade de material radioativo em que um núcleo decai por segundo, é portanto, uma medida de desintegração por segundo.

Bequerel é uma unidade pequena. Pode ser prefixado em múltiplos kBq (quilobequerel, 10x3 Bq), MBq (megabequerel, 10x6 Bq), GBq (gigabequerel, 10x9 Bq), TBq (terabequerel, 10x12 Bq), and PBq (petabequerel, 10x15 Bq).

0,0169 gramas de potássio 40 presente no corpo humano produz aproximadamente 4,400 desintegrações por segundo ou 4.4 kBq de atividade.

Documentos oficiais demonstram que os governos da China, Coréia do Sul, Canadá e Estados Unidos tem conhecimento desde 2011 da dispersão da radiação, afetando costa oeste da América do Norte em poucos anos. O governo dos EUA não só não informou seus cidadãos sobre este assunto como orientou a mídia a evitá-lo. As medidas tomadas pelo governo dos EUA em 2011 passam por uma aceleração na construção de DUMBS, enormes abrigos e bases subterrâneas interligadas que vão de Washington ao Colorado.

Especialistas tentam remover as barras de combustível do reator 4, que apesar de estar afundando, segue sendo o menos danificado. Mistuhei Murata, ex embaixador do Japão na Suíça e no Senegal, em audiência em março de 2013 na Casa Superior (Upper House) japonesa afirmou que outro acidente com os reatores poderia resultar na "catástrofe final do mundo". Até mesmo meios corporativos como a CNN consideram que os outros reatores que deveriam ser prioridade, e que a escolha do reator 4 é apenas tática de distração.

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