Após entrar em outburst na última semana e causar alvoroço entre os astrônomos, o cometa ISON parece ter diminuído de brilho. Agora, novas análises sugerem que o cometa pode ter se dividido em pelo menos dois pedaços que rumam para o Sol.
A hipótese de rompimento do núcleo já havia sido levantada na semana passada pelo Apolo11, tendo como base as imagens divulgadas pelo especialista Tony Scarmato. Através de processamento digital, Scarmato detectou ejeções de gás em forma de asas sendo lançadas em duas direções diferentes, além de um pequeno "gap" na curva de luminosidade do cometa.
Ao mesmo tempo, observações feitas no sábado e domingo por diversos astrônomos amadores e profissionais mostraram que C/2012 S1 ISON diminuiu significativamente de brilho, embora ainda possa ser observado à vista desarmada em locais de céu muito escuro.
Segundo Scarmato, se a análise digital estiver correta os dois núcleos principais deverão ser vistos separadamente já nos próximos dias e poderão ser chamados de ISON-A e ISON-B para facilitar a identificação. Em outras palavras, ao invés de um, ISON seria agora dois cometas rumando para o Sol!
Muita calma nessa hora
Apesar da análise bastante aprofundada de Scarmato sugerir o rompimento, outros especialistas na área não são tão taxativos e esperam por novas observações para afirmar se o núcleo de ISON realmente está rompido.
Para Terry Lovejoy, conhecido descobridor de cometas, se de fato ocorreu a ruptura é preciso estudar os componentes separadamente, a distância entre eles e a velocidade de afastamento entre os fragmentos. Como não existem observações diretas que comprovem isso (apenas especulações sobre análises digitais), ainda é cedo para essa conclusão.
Além da falta de imagens que mostrem o núcleo rompido, outro ponto que causa dúvidas entre os especialistas é o gráfico de brilho radial apresentado por Scarmato. O pesquisador afirma que a pequena anomalia observada no pico da luminosidade está relacionada ao segundo fragmento, mas no entender de outros astrônomos essa variação está ligada à saturação dos pixels naquela região e, portanto não poderia ser considerada como "prova" da fragmentação.
A maioria dos estudiosos entende que para ser consistente, deveria haver dois gráficos de magnitude, um para ISON-A e outro para ISON-B e isso ainda não foi apresentado.
Muito perto do Sol
Como vemos, o maior problema neste momento é obter provas da fragmentação de ISON e isso está ficando mais difícil, uma vez que o cometa está cada vez mais perto do Sol e aparentemente mais fraco que há uma semana.
Uma possibilidade de sanar essa dúvida pode acontecer nesta segunda e terça-feira (18 e 19 de novembro), quando o cometa se aproximará da sonda Messenger, atualmente orbitando o planeta Mercúrio e algumas imagens deverão ser feitas.
Caso a quebra do núcleo seja confirmada através de imagens ou dados inquestionáveis, teremos então dois ou mais cometas pequenos se aproximando do Sol. Fragmentado, as chances de ISON contornar a estrela ficariam ainda mais reduzidas, mas o show de imagens através do telescópio SOHO está praticamente garantido.
Fotos: No topo, imagem processada por Tony Scarmato mostra um padrão em forma de asa, possivelmente causado por gás ejetado no espaço por fragmentos diferentes. Na sequência, gráfico de luminosidade radial mostra uma anomalia que pode ter sido causada pelo rompimento do núcleo. Acima, magnífica foto feita pelo astrofotógrafo Damian Peach, que mostra o cometa ISON com uma cauda que pode chegar a 50 minutos de arco, ocupando quase duas luas cheias na abóbada celeste. Créditos: Tony Scarmato, Damian Peach, Apolo11.com.
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A hipótese de rompimento do núcleo já havia sido levantada na semana passada pelo Apolo11, tendo como base as imagens divulgadas pelo especialista Tony Scarmato. Através de processamento digital, Scarmato detectou ejeções de gás em forma de asas sendo lançadas em duas direções diferentes, além de um pequeno "gap" na curva de luminosidade do cometa.
Ao mesmo tempo, observações feitas no sábado e domingo por diversos astrônomos amadores e profissionais mostraram que C/2012 S1 ISON diminuiu significativamente de brilho, embora ainda possa ser observado à vista desarmada em locais de céu muito escuro.
Segundo Scarmato, se a análise digital estiver correta os dois núcleos principais deverão ser vistos separadamente já nos próximos dias e poderão ser chamados de ISON-A e ISON-B para facilitar a identificação. Em outras palavras, ao invés de um, ISON seria agora dois cometas rumando para o Sol!
Muita calma nessa hora
Apesar da análise bastante aprofundada de Scarmato sugerir o rompimento, outros especialistas na área não são tão taxativos e esperam por novas observações para afirmar se o núcleo de ISON realmente está rompido.
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Para Terry Lovejoy, conhecido descobridor de cometas, se de fato ocorreu a ruptura é preciso estudar os componentes separadamente, a distância entre eles e a velocidade de afastamento entre os fragmentos. Como não existem observações diretas que comprovem isso (apenas especulações sobre análises digitais), ainda é cedo para essa conclusão.
Além da falta de imagens que mostrem o núcleo rompido, outro ponto que causa dúvidas entre os especialistas é o gráfico de brilho radial apresentado por Scarmato. O pesquisador afirma que a pequena anomalia observada no pico da luminosidade está relacionada ao segundo fragmento, mas no entender de outros astrônomos essa variação está ligada à saturação dos pixels naquela região e, portanto não poderia ser considerada como "prova" da fragmentação.
A maioria dos estudiosos entende que para ser consistente, deveria haver dois gráficos de magnitude, um para ISON-A e outro para ISON-B e isso ainda não foi apresentado.
Muito perto do Sol
Como vemos, o maior problema neste momento é obter provas da fragmentação de ISON e isso está ficando mais difícil, uma vez que o cometa está cada vez mais perto do Sol e aparentemente mais fraco que há uma semana.
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Uma possibilidade de sanar essa dúvida pode acontecer nesta segunda e terça-feira (18 e 19 de novembro), quando o cometa se aproximará da sonda Messenger, atualmente orbitando o planeta Mercúrio e algumas imagens deverão ser feitas.
Caso a quebra do núcleo seja confirmada através de imagens ou dados inquestionáveis, teremos então dois ou mais cometas pequenos se aproximando do Sol. Fragmentado, as chances de ISON contornar a estrela ficariam ainda mais reduzidas, mas o show de imagens através do telescópio SOHO está praticamente garantido.
Fotos: No topo, imagem processada por Tony Scarmato mostra um padrão em forma de asa, possivelmente causado por gás ejetado no espaço por fragmentos diferentes. Na sequência, gráfico de luminosidade radial mostra uma anomalia que pode ter sido causada pelo rompimento do núcleo. Acima, magnífica foto feita pelo astrofotógrafo Damian Peach, que mostra o cometa ISON com uma cauda que pode chegar a 50 minutos de arco, ocupando quase duas luas cheias na abóbada celeste. Créditos: Tony Scarmato, Damian Peach, Apolo11.com.
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