Um ano após a sua descoberta, o cometa ISON terá nos próximos dias a sua maior prova de resistência. Na próxima quarta-feira o cometa chegará a apenas 1 milhão de quilômetros do Sol e ninguém sabe o que acontecerá.
Apesar de toda a torcida para que o cometa contorne o Sol e continue seu trajeto no interior do Sistema Solar, a razão e o bom senso falam alto e é sempre bom ter muita calma nesta hora. Os números não são muito favoráveis ao cometa e até o momento da tórrida aproximação de 28 de novembro muita coisa ainda pode acontecer.
O primeiro e mais importante fator que aponta para a fulminação do cometa diante do Sol é seu diminuto tamanho.
Imagens registradas pelo telescópio espacial Hubble mostram que o núcleo de ISON é muito pequeno, com cerca de 2 quilômetros de raio. No entanto, medições feitas por astrônomos amadores e profissionais indicam que o tamanho é menor ainda e na melhor das hipóteses não chega nem a 500 metros.
Em outras palavras, ISON é uma pequena bolinha de gelo e poeira que vai enfrentar uma gigantesca bola de fogo de 2 milhões de graus Celsius. Sem exagero, será uma verdadeira batalha épica, uma espécie de luta entre David e Golias da arena planetária.
Além do pequeno tamanho, novos estudos feitos pelo astrofísico Toni Scarmato mostram que o núcleo de ISON pode estar realmente fragmentado.
Em nosso último artigo, essa possibilidade já era apresentada como bastante provável pelo cientista, mas alguns pesquisadores ainda não tinham tanta certeza, uma vez que o histograma apresentado por Scarmato não era conclusivo.
Agora, um novo gráfico de brilho mostra uma assinatura bastante evidente de um núcleo fragmentado, com dois picos de luminosidade bastante definidos dentro do histograma. Se essa análise estiver certa, o cometa segue em direção ao Sol já enfraquecido, apesar de que isso não é um fator determinante para que o cometa não contorne a estrela.
As estatísticas também conspiram contra ISON e revelam que cometas com curva de brilho similar a ISON não contornaram o Sol, embora tenham chegado intactos ao periélio (aproximação máxima da estrela).
Um dos maiores problemas enfrentado agora pelos observadores é a escassez de imagens. Diversos observatórios, robóticos ou não, encerraram as observações do cometa já que ele está muito baixo no horizonte e extremamente perto do Sol, o que poderia danificar as câmeras CCD acopladas aos telescópios.
A boa notícia é que ISON entrou no campo de visão do instrumento SECCHI, a bordo do telescópio espacial STEREO Ahead. Apesar das imagens serem de resolução muito baixa, é possível observar o cometa durante alguns dias, até que entre definitivamente no campo de visão do telescópio espacial SOHO, previsto para acontecer entre os dias 26 e 27.
cometa C/2012 S1 ISON registrado em 22 de novembro ao lado do Monte Fuji/Japão
Agora, só resta esperar para ver se o "cometa do Século" vai surpreender de novo. Afinal, em matéria de surpresas ISON não deixou a desejar!
Fotos: No topo, cometa C/2012 S1 ISON registrado em 21 de novembro pelo astrônomo Juan Carlos Casado, a partir do observatório de Teide, nas Ilhas Canárias. Na sequência, estudo do brilho de ISON feito Toni Scarmato mostra um possível rompimento no núcleo do cometa. Acima, registro do cometa ISON pelo instrumento SECCHI, a bordo do telescópio espacial STEREO Ahead. Créditos: Teide Observatory/Juan Carlos Casado, Toni Scarmato, Nasa/STEREO, Apolo11.com.
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Apesar de toda a torcida para que o cometa contorne o Sol e continue seu trajeto no interior do Sistema Solar, a razão e o bom senso falam alto e é sempre bom ter muita calma nesta hora. Os números não são muito favoráveis ao cometa e até o momento da tórrida aproximação de 28 de novembro muita coisa ainda pode acontecer.
O primeiro e mais importante fator que aponta para a fulminação do cometa diante do Sol é seu diminuto tamanho.
Imagens registradas pelo telescópio espacial Hubble mostram que o núcleo de ISON é muito pequeno, com cerca de 2 quilômetros de raio. No entanto, medições feitas por astrônomos amadores e profissionais indicam que o tamanho é menor ainda e na melhor das hipóteses não chega nem a 500 metros.
Em outras palavras, ISON é uma pequena bolinha de gelo e poeira que vai enfrentar uma gigantesca bola de fogo de 2 milhões de graus Celsius. Sem exagero, será uma verdadeira batalha épica, uma espécie de luta entre David e Golias da arena planetária.
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Além do pequeno tamanho, novos estudos feitos pelo astrofísico Toni Scarmato mostram que o núcleo de ISON pode estar realmente fragmentado.
Em nosso último artigo, essa possibilidade já era apresentada como bastante provável pelo cientista, mas alguns pesquisadores ainda não tinham tanta certeza, uma vez que o histograma apresentado por Scarmato não era conclusivo.
Agora, um novo gráfico de brilho mostra uma assinatura bastante evidente de um núcleo fragmentado, com dois picos de luminosidade bastante definidos dentro do histograma. Se essa análise estiver certa, o cometa segue em direção ao Sol já enfraquecido, apesar de que isso não é um fator determinante para que o cometa não contorne a estrela.
As estatísticas também conspiram contra ISON e revelam que cometas com curva de brilho similar a ISON não contornaram o Sol, embora tenham chegado intactos ao periélio (aproximação máxima da estrela).
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Um dos maiores problemas enfrentado agora pelos observadores é a escassez de imagens. Diversos observatórios, robóticos ou não, encerraram as observações do cometa já que ele está muito baixo no horizonte e extremamente perto do Sol, o que poderia danificar as câmeras CCD acopladas aos telescópios.
A boa notícia é que ISON entrou no campo de visão do instrumento SECCHI, a bordo do telescópio espacial STEREO Ahead. Apesar das imagens serem de resolução muito baixa, é possível observar o cometa durante alguns dias, até que entre definitivamente no campo de visão do telescópio espacial SOHO, previsto para acontecer entre os dias 26 e 27.
cometa C/2012 S1 ISON registrado em 22 de novembro ao lado do Monte Fuji/Japão
Agora, só resta esperar para ver se o "cometa do Século" vai surpreender de novo. Afinal, em matéria de surpresas ISON não deixou a desejar!
Fotos: No topo, cometa C/2012 S1 ISON registrado em 21 de novembro pelo astrônomo Juan Carlos Casado, a partir do observatório de Teide, nas Ilhas Canárias. Na sequência, estudo do brilho de ISON feito Toni Scarmato mostra um possível rompimento no núcleo do cometa. Acima, registro do cometa ISON pelo instrumento SECCHI, a bordo do telescópio espacial STEREO Ahead. Créditos: Teide Observatory/Juan Carlos Casado, Toni Scarmato, Nasa/STEREO, Apolo11.com.
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