Europeus descobrem 50 novos planetas extrasolares
Equipa de astrónomos europeus anunciou a descoberta de 50 novos planetas extrasolares, incluindo 16 super-Terras, planetas com massas até dez vezes a da Terra.
Virgílio Azevedo (www.expresso.pt) 18:35 Terça feira, 13 de setembro de 2011 | Última atualização há 43 minutos |
Visão artística de um planeta extrasolar: até agora já foram descobertos quase 600 |
Uma equipe de astronomos do ESO (European South Observatory) anunciou hoje nos EUA a descoberta de mais de 50 novos planetas extrasolares, incluindo 16 super-Terras, uma das quais orbita no limite da zona de habitabilidade da sua estrela.
Este é o maior número de planetas deste tipo anunciado de uma só vez.
Super-Terras são planetas com massas até dez vezes a massa da Terra. Não existem no nosso Sistema Solar mas parecem ser muito comuns em torno de outras estrelas. A descoberta destes planetas em zonas de habitabilidade em volta das suas estrelas são importantes porque, se os planetas forem rochosos e tiverem água como a Terra, podem ser potenciais locais de vida.
Os cientistas utilizaram o caçador de planetas extrasolares (ou exoplanetas) HARPS do Observatório Europeu do Sul (ESO), organização a que Portugal pertence, e descobriram que 40% das estrelas semelhantes ao Sol possuem pelo menos um planeta mais leve que Saturno.
O espectrógrafo HARPS está montado no telescópio instalado no Observatório de La Silla do ESO, no Chile, e é o descobridor de planetas mais bem sucedido de todo o mundo. A equipa HARPS é liderada por Michel Mayor, astrónomo da Universidade de Genebra (Suíça) e um dos pioneiros na descoberta de exoplanetas.
"A colheita de descobertas obtida pelo HARPS excedeu todas as expectativas e inclui uma população excepcionalmente rica em planetas do tipo super-Terra e do tipo de Neptuno, que orbitam estrelas muito semelhantes ao nosso Sol", afirma Michel Mayor. "Mais ainda: os novos resultados mostram que a taxa de descobertas esta aumentando".
Observatório Europeu do Sul já descobriu mais de 150 novos planetas
Nos últimos oito anos, desde que começou a observar estrelas do tipo do Sol, o HARPS foi usado para descobrir mais de 150 novos planetas. Cerca de dois terços de todos os exoplanetas conhecidos com massas menores que Neptuno foram descobertos pelo HARPS. Neptuno tem cerca de 17 vezes mais massa que a Terra. Até agora foram descobertos quase 600 exoplanetas.
Trabalhando com observações do HARPS de 376 estrelas do tipo solar, os astrónomos conseguiram estimar muito melhor qual a probabilidade de uma estrela como o Sol albergar planetas de pequena massa (em oposição a planetas gigantes gasosos).
Com sistemas de hardware e de software em processo de atualização, o HARPS está a ser preparado para procurar planetas rochosos que possam suportar vida. Nesse sentido, dez estrelas próximas semelhantes ao Sol foram selecionadas para um novo rastreio.
Procurar sinais de vida nas atmosferas
"Estes planetas estarão entre os alvos principais dos futuros telescópios espaciais, que procurarão sinais de vida nas suas atmosferas procurando assinaturas químicas tais como evidência de oxigénio," explica Francesco Pepe, astrtónomo do Observatório de Genebra (Suíça).
Um dos novos planetas anunciados, o HD 85512 b, tem uma massa de apenas 3,6 vezes a massa da Terra e situa-se no limite da zona de habitabilidade - uma zona estreita em torno de uma estrela na qual, se as condições forem as corretas, a água pode estar presente sob a forma líquida.
Estes resultados tornam os astrónomos confiantes de que estarão próximo de descobrir outros pequenos planetas rochosos habitáveis em torno de estrelas semelhantes ao nosso Sol.
Para este efeito planeiam-se novos instrumentos, nos quais se inclui uma cópia do HARPS a ser instalada no Telescopio Nazionale Galileo (italiano) nas ilhas Canárias, que fará um rastreio das estrelas no céu setentrional, e um descobridor de planetas novo e mais poderoso, chamado ESPRESSO, a ser instalado no Very Large Telescope do ESO em 2016.
Olhando ainda para mais longe no futuro, também o instrumento CODEX previsto para o European Extremely Large Telescope (E-ELT) levará esta técnica muito mais além.
"Nos próximos dez a vinte anos deveremos ter uma primeira lista de planetas potencialmente habitáveis na vizinhança do Sol. Uma tal lista torna-se essencial antes que experiências futuras possam procurar possíveis assinaturas de vida nas atmosferas dos exoplanetas, através de espectroscopia," conclui Michel Mayor, que descobriu em 1995 o primeiro exoplaneta em torno de uma estrela normal.
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