Compreende-se, claramente, que manifestações surgem para nos tornarmos visíveis, expor quem somos e nossos ideais. Quando eu protesto algo, estou demonstrando o meu sentimento e percepção em relação a algo.
Ou seja, estou me colocando. Estou reconhecendo a minha força e manifestando um ideal que move o meu espírito.
Eu convido você a analisar esses movimentos por três ângulos, sempre englobando o lado pessoal e espiritual. Vamos lá?
1) Da consciência para a ação
Há quanto tempo vivemos na inércia, sem nos colocarmos, simplesmente seguindo a rotina automática, sem questionar a fundo se concordamos ou não em como as coisas estão seguindo no que concerne a definição do rumo do nosso país?
O descontentamento vem desde sempre. Mas nada se fez a respeito... até agora. Independente de você ser a favor ou não, essas manifestações representam um primeiro passo para uma mudança. É uma luzinha se acendendo dentro de cada um. Não importa se vamos pra rua, ou se ficamos em casa, o simples fato de sabermos que existem pessoas lutando por uma causa com paixão, já suscita em nós o desejo da mudança.
Não há como fugir de uma verdade: as pessoas estão engajadas em promover uma mudança, estão com ideias fortes sobre uma causa, e estão fazendo algo, saindo da zona de acomodação.
E essa energia contagia. Por este lado, essa onda de manifestações nos provam que, ao colocar a consciência em ação, podemos mover o mundo, principalmente o nosso mundo interior.
Agora traga a sua vida. Em quais situações a sua força está aplacada pela inércia e falta de movimentação devido a acomodação confortável?
É muito fácil querermos trocar de emprego mas não enviar nosso currículo a ninguém. É muito fácil eu querer colocar açúcar no meu relacionamento, fazendo todo dia a mesma coisa. É extremamente fácil justificar a nossa falta de ação, e instaurar em nossas vidas a posição de espectador.
Isso é confortável. Até porque, para mudar e agir, eu preciso resgatar a minha força e ter propósitos bem definidos e, para o meu querer se concretizar, eu preciso de AÇÃO, e o ser humano tem pavor a ação e paixão, a acomodação. Principalmente a interior.
Portanto, é lindo observar essas manifestações e ver que existem pessoas de fato se colocando, manifestando os seus ideais, utilizando da força do seu espírito como bandeira das suas ideias. O desafio está em conseguir manifestar a sua vontade como agente motriz de suas mudanças internas no dia-a-dia.
O que me leva a perguntar a você: Qual é a força propulsora do seu espírito? O que faz você acordar todos os dias? Eu não aceito respostas como “preciso alimentar minha família’, ou “se eu não ganhar dinheiro não tem como viver”, ou ainda “levanto porque tenho que levantar”.
O ponto principal é: o que move a sua alma? Qual é a causa pela qual você luta diariamente? Qual o objetivo maior da sua existência?
Somente quando conseguimos detectar em nós qual bandeira hasteamos, é que entramos no alinhamento entre a certeza do que quero, as ações assertivas que tomarei e a conexão vertical com o universo que me permeia e me nutre de forças propulsoras.
É este alinhamento que traz soluções certeiras e força interior que motiva e alavanca todo o processo de vida.
2) Potência da Unidade X Potência Coletiva
A palavra proferida, o pensamento gerado e a ação tomada de uma única unidade divina (leia-se, você – cada ser humano é uma unidade divina), ressoam e ecoam no universo mil vezes potencializado. O poder de uma única unidade é imensurável, e é através da manifestação da tríade pensamento-palavra-ação que nos ligamos as várias redes energéticas. Se eu baseio minha vida em lamúrias, pensamentos inferiores e falta de ação, estou automaticamente me ligando à forças semelhantes, e cada dia que passa, se continuo com esse mesmo movimento interno, vou me afundando mais e mais nesse teor, até que passo a integrar essa rede energética.
Ou seja, eu me torno aquilo que penso-digo-faço. E, sendo assim, amiguinhos atraem amiguinhos.
Eu vou me conectar com todas as pessoas no mundo que pensam que a vida é terrível e bla bla bla.
Seremos pontos universais da inferioridade, das lamúrias e da não-ação. E isso só tende a piorar, caso não acendamos a luz da nossa consciência. E ao trazer a possibilidade da mutação para algo melhor, acendemos em nós o ímpeto propulsor da mudança.
Agora vamos fazer um paralelo com os protestos. Uma única unidade divina enxergou a possibilidade de mudança (pensou), traçou claramente o objetivo (focou) e comunicou aos outros (falou), ou seja, já ‘jogou’ no universo o seu querer focado no objetivo a ser alcançado.
Essa unidade divina se aliou energeticamente a outras unidades que tem pensamentos afins, nos quatro cantos do mundo, ampliando a cadeia dos mesmos ensejos impulsivos introdutórios, para a movimentação prática que se sucederá. Nesse instante a unidade divina inicial já está aliada a energias cósmicas que são associadas a outras unidades divinas com o mesmo padrão de vida. Com tudo isso acontecendo, cada vez mais unidades pré-dispostas a esse ideal são ativadas: é o efeito dominó energético. Cada unidade divina que se alia a um mesmo propósito, fortalece a sua rede energética, criando um poderoso campo de atuação no plano físico.
Perceba até aqui a potência de uma unidade divina e a repercussão no Todo Universal. Eu acendo a minha luz, e isso auxilia outros a acenderem suas luzes. Cada manifestante focado no objetivo, proferindo as mesmas palavras e com um pensamento revolucionário, cria vibrações poderosas, que estimulam outras pessoas a agirem de maneira semelhante, caso elas tenham essa inclinação. É quando a unidade divina unge-se com seu próprio poder, sua própria luz, suas ideias, e a dissemina naturalmente no universo. Esse é um ciclo poderoso e incrível, e nos remete a responsabilidade que cada um de nós tem, através da execução da tríade penso-falo-ajo. É a potência da sua unidade divina contribuindo para a potência coletiva, e a potência coletiva incidindo na unidade divina.
3) Diferentes níveis energéticos: como a força TERRA se interliga a força LUZ
Tendo claro o diapasão energético espiritual que se forma através dos pensamentos, palavras e ações, e percebendo o turbilhão vibracional que o coletivo unido no mesmo desejo provoca, fica mais fácil para percebermos que tipo de energia subsidia esse tipo de movimento:
• União no pensamento de justiça (ou seja, o sentimento intrínseco é o da injustiça)
• Saturação das situações que o descaso já provocou (ou seja, irritabilidade, raiva e descontentamento)
• Manifestação popular (ou seja, o povo com o poder, sendo assim, o poder excita o movimento)
Estamos falando de injustiça, irritabilidade, descontentamento, raiva e poder.
As forças universais afins a esses sentimentos são a base energética dessa manifestação. Você consegue perceber que essa base é extremamente humana e nos conduz facilmente a uma ação?
Aqui trabalhamos no nível energético TERRA, nível da concretização e materialização dos nossos ímpetos profundos de corporificar o que vai em nosso coração. Aqui é necessária uma força mais densa para que consigamos realmente agir.
Imagine se juntássemos a mesma quantidade de manifestantes orando e meditando para que a corrupção acabe e o valor do transporte público abaixe. Uma movimentação cósmica iria acontecer, é claro, mas não chegaríamos a lugar nenhum. Não teria a ação necessária para plasmarmos na Terra o nosso ideal. E é aí que a força TERRA se interliga a força LUZ, que engloba por sua vez a mudança de patamares vibracionais e conscienciais, um passo mais lá na frente. Ao se unir a ação à consciência de que a mudança parte da minha unidade divina, quando trago a minha luz às minhas movimentações e revoluções internas, é quando eu me abro para plenitude. É a minha vida ganhando sentido.
A força TERRA se interliga a força LUZ de forma magnificamente sábia. Primeiro uma coisa, depois outra. Ao pularmos as fases, a iluminação completa de qualquer ação é prejudicada. A totalidade pulsante fica vazia. Primeiro eu ajo, me finco nas ações que trazem o ancoramento que impulsiona o meu espírito, e depois eu me elevo para a abundância cósmica. É o processo natural da vida. Sem ação, qualquer espiritualização fica obstruída.
Que possamos todos aproveitar esse ensejo de manifestações e traduzi-las para a nossa vida. Para questionamentos profundos sobre a maneira que estamos lidando com os nossos protestos internos. O que sua alma anda protestando?
O que você não quer mais? Tome consciência da sua tríade de poder e das redes que está se conectando.
Mude. Progrida. Evolua. Transforme. Transmute suas manifestações internas nas grandes revoluções da sua alma, permitindo-se, desta forma, manter a consciência do ser divino e poderoso que és!
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